1997

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Exposição de Pintura e Desenho
24 de Abril a 19 de Maio de 1997
Galeria da SRTC - Funchal

Texto para o catálogo:

A FESTA DAS TRANSMUTAÇÕES
 
- " De que cor é a memória do mar?"
- " A saudade que fica de todas as coisas. Destruir tudo para nascer de novo. Mas o melhor de tudo é o silêncio."
Ilha fechando o mar em torno, expondo o sal, os tentáculos de amansar o vento, o céu protegido pelas árvores brancas - casa de máscaras. O milagre dos frutos sobre o muro alto dos dias, porque resid"Toda a verdadeira poesia assenta na sua própria dificuldade, e o êxito reside, não na dissolução da dificuldade, mas em torná-la eficasmente manifesta." ( Herberto Helder )
No atelier, as conversas retomadas, a vigília e a cumplicidade para com as imagens emergentes.
Avessa à verbalização das suas fronteiras para dentro, QUANDO EU TINHA OLHOS AZUIS, cativa-me particularmente pelo registo da precária permanência das mãos na insistente modelação, incisão, soltura, temor, sobre o plano. O dissimulado investimento auto-biográfico, a boca recrutando novos autismos: a difícil partilha de um certo jogo de manhas, de sombras interiores, de cenários épicos. Dentro do quadro, o tempo alarga a distância entre uma porta e outra morada.
Os elementos cénicos, antes organizados em espaços preci(o)sos, expõem agora as marcas de numerosas investidas para surpreender a comunicaçãona sua vocação expressiva, excessiva, aflorando veludos à beira do fogo.
Tão processual, quanto implosiva de si própria, QUANDO EU TINHA OLHOS AZUIS, configura-se como a matriz de teimosos recomeços, de cultivadas inquietações.
Colheitas de imagens e palavras são expropriadas ao envolvimento visual e reorientadas na descoberta de diferentes papeis iconográficos, na revelação de novas falas. Outras vezes são as imagens mais audazes que fogem ao quadr(ad)o, subtraindo-se ao fundo. O fundo veste-se de forma.
A reunião de objectos, de materiais, de imagens, é determinante no enriquecimentodo vocabulário visual, na criação de desenhos/colagens e de objectos híbridos, herdeiros da tradição do desenho, da escultura, da pintura. Há ainda a contaminação de outras obras pictóricas, as identificáveis harminias e, uma ordem construída oa ritmo da composição meticulosa, breves idílios.
Depois, as imagens escarpadas, pequenos cenários surpreendentemente informalistas, lembram que estamos dentro de paisagens tão fascinantes quanto movediças. Exaltação e apaziguamento fecham o casulo desta poética ambivalente. Eficaz.
Expor significará também fazer parar de alguma forma a festa das transmutações, encerrar por mais um(s) dia(s) o circo das metamorfoses, das transgressivas aproximações deste outro rosto, esquivo, belo.
" Mas o melhor de tudo é o silêncio. Destruir tudo para nascer de novo. A saudade que fica de todas as coisas."


Texto:Teresa Jardim

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S/título

 

técnica mista (óleo e colagem) sobre madeira 
Colecção Particular 
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S/título


técnica mista (óleo e colagem) sobre madeira
132 cm X 86 cm 
Colecção do Museu de Arte Contemporânea do Funchal 
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Ao Sol e ao Vento

 

técnica mista (óleo e colagem) sobre madeira 
131 cm X 71 cm 
Colecção Particular

( esta imagem integra a colecção de postais editada pela DRAC - Madeira )
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Pedras sobre o Riacho


 


técnica mista (óleo e colagem) sobre madeira 
158 cm X 40 cm (aprox.)
Colecção da autora
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Peças no atelier (Forte do Lido)


atelier da CIRCUL'ARTE: Associação de Artistas Plásticos da Madeira 
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Pintura lavada


técnica mista (óleo e colagem) sobre madeira 
100 cm X 100 cm 
Colecção Particular 
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S/título


técnica mista (óleo e colagem) sobre madeira 
Colecção Particular 
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Game Boy


técnica mista (óleo e colagem) sobre madeira 
130 cm X 78 cm
Colecção da autora 
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S/título

 

técnica mista (aguarela, impressão e colagem) sobre papel 
Colecção Particular
(primeiro de uma série de vários desenhos não registados fotograficamente)
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